05 de Junho, 2018
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Pet Terapia
A Pet Terapia, ou Terapia Assistida por Animais, é uma intervenção planejada e dirigida por profissionais da saúde que utilizam os animais como co-terapeutas, no intuito de auxiliar o tratamento de pessoas que estão de alguma forma debilitadas.
Essa terapia pode ser eficaz na recuperação de dependentes químicos e de crianças internadas que apresentam transtornos cognitivos ou psicológicos. Existe também o trabalho em asilos e em hospitais, que são realizadas através de atividades que podem contribuir positivamente no tratamento de pacientes com doenças crônicas. A Terapia Assistida por animais é muito difundida no exterior, sendo os Estados Unidos e a Europa os principais praticantes. No Brasil, o trabalho está em processo de crescimento e vem ganhando destaque principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Os benefícios do tratamento são os mais diversos e variam de acordo com a necessidade de cada caso. Entre eles podemos destacar a redução da dor, da ansiedade, aumento da socialização e melhora da qualidade de vida. Também podemos enfatizar os ganhos comportamentais, físicos, emocionais e educativos decorrente das atividades. O animal mais utilizado nas terapias é o cão. Pelo transporte ser mais simples comparado com outras espécies e por ser domesticado há bastante tempo, possui maior proximidade com o ser humano e, portanto, é mais adaptável e fácil de adestrar. Entretanto, outros animais podem contribuir para a melhora dos pacientes, como os equinos e os golfinhos.
EQUINOTERAPIA
No caso dos equinos, a equoterapia vem ganhando cada vez mais espaço nas sessões de terapia de adultos e crianças. Elas são importantes para complementar o tratamento de pessoas que portam síndrome de Down, paralisia cerebral, derrame, hiperatividade, déficit de atenção ou autismo. O exercício mais frequente é feito em grupo e conhecido como “volteio interativo”, que permite que os pacientes desenvolvam o estado físico e emocional através de coreografias e manobras com pequenos saltos.
O desenvolvimento físico acontece por meio de situações momentâneas em que o cérebro deve interpretar e reagir com rapidez, estimulando respostas do corpo por completo. Dessa forma, o exercício promove a melhora da capacidade de concentração e do equilíbrio em conjunto com o estímulo à percepção dos movimentos realizados. Essa percepção acontece pela aptidão que o cavalo possui de transmitir impulsos ritmados para as pernas e para o tronco. Já a parte emocional é desenvolvida baseada na coragem, na autoconfiança e na confiança que é depositada nos instrutores. Além desses, outros benefícios também são alcançados, como a relação de amor com os animais, a interação social e o trabalho em equipe. É importante destacar que os resultados aparecem rapidamente e que o índice de satisfação é grande e visto frequentemente através da sensação de bem-estar dos participantes ao final das sessões.
Para que o tratamento seja eficaz os cavalos devem ser bem treinados e dóceis. Dessa forma, é essencial frequentar lugares específicos que possuem todo o preparo necessário. No ano de 1993, a Polícia Militar implantou o "Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Equoterapia" em Brasília, com o objetivo de auxiliar na recuperação de pessoas que estejam de alguma forma debilitadas. O sucesso do projeto resultou na abertura de mais unidades, uma no centro da cidade de São Paulo e outra no Parque da Água Branca. Atualmente, outras unidades foram inauguradas no interior. São elas: Campinas, Itapetininga, Bauru, Avaré, Sorocaba, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo.
DELFINOTERAPIA
Os golfinhos são brincalhões, inteligentes, delicados e possuem grande afinidade com os seres humanos. Por esses motivos, foram escolhidos para integrar uma nova categoria na terapia com animais, a delfinoterapia, com a finalidade de trazer motivação extra para os pacientes.
No caso desses mamíferos, as atividades são realizadas com orientadores e contribuem bastante no tratamento de diversas afecções. Eles podem ser eficientes no auxílio a síndrome de Down, depressão, autismo, paralisia cerebral e transtornos de atenção. Os exercícios são variados e podem ser feitos através do nado com os animais ou com o manejo de rotina deles, como fornecer alimento, acariciar e participar de brincadeiras. O resultado é o alívio dos sintomas e a melhora na coordenação motora, na relação humana, no aprendizado e no aumento da sensação de bem-estar. Essa categoria terapêutica é mais popular no exterior, sendo países como Austrália, Estados Unidos e México os maiores praticantes.
CINOTERAPIA
A terapia com cães, ou cinoterapia, é recente no Brasil e está crescendo cada vez mais graça aos bons resultados alcançados e pela versatilidade de poder atender diversos casos diferentes. Veja abaixo as utilizações mais comuns.
Dependentes Químicos: O trabalho de recuperação dos dependentes químicos consiste no adestramento dos cachorros de rua. Com os treinamentos, os dependentes conseguem desenvolver valores e habilidades sociais que foram perdidos devido ao uso recorrente de drogas, como a empatia, a paciência e a expressão corporal. Além disso, podemos destacar que os cães treinados também se beneficiam com o projeto. Após o término das atividades, os animais são reintegrados a sociedade através da adoção.
Idosos: É comum que as pessoas apresentem perdas na capacidade física, cognitiva e emocional quando chegam na terceira idade. Sendo assim, o tratamento é feito para gerar motivação aos pacientes por meio de visitas constantes em asilos. O simples fato de interagir com o animal através do tato e da fala promove uma série de benefícios para os idosos. O contato com os cães diminui a ansiedade, a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de estimular a motivação, a conversação e o desenvolvimento da memória.
Crianças com Câncer: a introdução do cão de forma terapêutica tem colaborado para aumentar a autoestima dos pacientes, melhorar a interação social, compensar déficits afetivos, aumentar a concentração plasmática de endorfinas e diminuir a concentração plasmática de cortisol. Além disso, os cães ainda possuem a função de trazer alegria aos pacientes, uma vez que o ambiente hospitalar não é muito alegre. As atividades podem acontecer de duas formas, através de visitas ou como tratamento complementar. Dessa forma, tornam-se importantes para favorecer a colaboração das crianças durante os procedimentos. A presença dos animais é fundamental para tirar a tensão das sessões, por deixar as crianças mais relaxadas e confiantes.
Para desempenhar esses nobres trabalhos não existem raças específicas. Entretanto, algumas características são indispensáveis. Os animais devem ser adultos, castrados, sociáveis e extremamente dóceis. Também precisam ser adestrados e devem estar sempre acompanhados dos seus tutores durante as visitas.
REFERÊNCIAS
Uol Notícias – Ciência e Saúde. Terapia com golfinhos melhora vida de crianças deficientes. 2014.
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