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O uso de Meloxicam em Equinos

08 de Abril, 2020

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News , Mundo Veterinário

O uso de Meloxicam em Equinos

Existem diversos anti-inflamatórios para uso em equinos. O Meloxicam é uma opção de anti-inflamatório não esteroide que tem sido muito utilizado em medicina veterinária, principalmente em cães e gatos.

Entretanto, seu uso vem crescendo em equinos e em animais de produção por ser bem tolerado também nessas espécies. Veja a seguir todos os detalhes sobre o Meloxicam, sua eficácia, mecanismo de ação, indicações, exemplos de usos clínicos, entre outras informações relevantes.

Anti-inflamatórios não esteroides

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são medicamentos que tem como mecanismo de ação a inibição da produção de prostaglandinas, pois competem diretamente com o mesmo sítio ativo de ligação das enzimas cicloxigenases (COX). As opções ‘não esteroides’ tem esse nome para se diferenciar de drogas derivadas de esteroides, que têm um mecanismo de ação diferente.

As enzimas COX são as precursoras das prostaglandinas, substâncias fundamentais no processo inflamatório. As prostaglandinas promovem a vasodilatação que permite a chegada de células de defesa para o local da inflamação, mas ao mesmo tempo, desencadeiam hiperalgesia (sensibilidade aos estímulos dolorosos). São produtos originados do ácido aracdônico, obtido pela dieta, e que está presente em todos os tecidos dos animais desempenhando diversas funções. Em caso de lesão celular, o ácido aracdônico é liberado pela ação de enzimas catalíticas. O mecanismo de ação dos AINEs é justamente inibir a ação das COX para frear os efeitos dela na conversão de ácido araquidônico em prostaglandinas. Os AINEs podem ser agrupados de acordo com sua preferência por inibir enzimas COX-1 e COX-2.

Ambos os tipos de enzimas COX produzem prostaglandinas, no entanto, a principal função das enzimas COX-1 é produzir níveis basais de prostaglandinas que ativam plaquetas e protegem o revestimento do trato gastrointestinal e a função renal, enquanto as enzimas COX-2 são responsáveis pela liberação de prostaglandinas após infecção ou lesão.  A maioria dos AINEs inibe ambas as enzimas até certo ponto.

Mecanismo de ação do Meloxican

O Meloxicam é um AINE derivado do ácido enólico membro da classe dos oxicans. Estudos mostram que o Meloxicam compete preferencialmente com o sítio de ação da enzima COX-2. A ação na enzima COX-1 é mais fraca pelo Meloxican, o que resulta em menor probabilidade de efeitos gastrintestinais nos animais. Por essa característica, Meloxican é considerado um anti-inflamatório COX-2 preferencial.

Indicações de Meloxicam

O Meloxicam é indicado no tratamento da dor, inflamação e febre, sendo utilizado para o manejo das dores aguda e crônica e inflamação em equinos, cães, gatos e animais de produção.

Uso Meloxicam em equinos com sinovite ou outros problemas ortopédicos

A sinovite também chamada de capsulite, é uma condição bem comum em cavalos atletas que são submetidos diariamente à treinos intensivos. É caracterizada por derramamento de líquido e aumento da temperatura intra-articular além de sensibilidade em flexionar o membro afetado.

O Meloxicam pode ser indicado para equinos que apresentam diferentes condições inflamatórias, e principalmente em afecções musculoesqueléticas, tais como em casos de sinovite, diminuindo a resposta inflamatória e aliviando a dor associada. Quando associado ao repouso e em casos menos graves, o animal pode apresentar um prognóstico favorável podendo até mesmo retornar aos treinos e competições.

Garanhões pôneis com sinovite na articulação rádio-cárpica foram tratados com Meloxicam por três dias e submetidos a exames específicos. Foi possível observar que o Meloxicam atingiu concentrações plasmáticas muito rapidamente, sugerindo que têm uma rápida migração para o sítio da inflamação. Esse resultado é indicativo de uma eficácia clínica favorável no tratamento de doenças articulares com Meloxicam. Nos pôneis utilizados para o estudo clínico, o Meloxicam demonstrou ter um potente efeito anti-inflamatório e analgésico (POZZOBON, 2010).

Em outro estudo, a administração oral de Meloxicam reduziu significativamente os mediadores inflamatórios, como a substância P e a atividade da metaloproteinase da matriz no líquido sinovial (de GRAUW et al, 2009), enquanto nenhuma redução desses mediadores foi observada em cavalos tratados com Fenilbutazona (de GRAUW et al, 2014). Esses estudos também mostraram que o Meloxicam reduz o catabolismo da cartilagem. Isso sugere que o Meloxicam é uma boa opção para o tratamento de condições ortopédicas inflamatórias agudas.

Um estudo mais recente com 77 cavalos com claudicação crônica mostrou que o Meloxicam apresentou eficácia analgésica equivalente à Fenilbutazona (OLSON et al, 2016).

Uso de Meloxicam no tratamento pós-operatório da dor e inflamação em cavalos

Sessenta e seis cavalos que necessitavam de uma cirurgia ortopédica de ressecção óssea parcial unilateral foram recrutados em 15 centros na Alemanha.  Os animais que receberam uma dose intravenosa de Meloxicam na medicação pré-cirúrgica e depois mais 4 doses nos dias subsequentes, tiveram redução da dor e inflamação.  O tratamento resultou em menor claudicação no trote após a cirurgia e redução do inchaço no membro operado (WALLISER, et al 2015).

Uso de Meloxican em inflamação ocular de equino

Para reduzir a inflamação ocular e minimizar a sensibilidade e a dor geradas por uveítes, o Meloxicam pode ser utilizado paralelamente a outros medicamentos. Em um relato de caso, um cavalo macho, reprodutor da raça Mangalarga Marchador, apresentava cegueira há aproximadamente 90 dias a qual aumentava no período da noite. Durante a realização do exame físico, constatou-se que o animal apresentava diversos sintomas de inflamação ocular. Com base no histórico do animal, na anamnese e nos demais exames físicos e específicos, concluíram que o caso se tratava de uveíte bilateral aguda.

A terapia instituída, dentre outros medicamentos, foi à base de antibióticos e anti-inflamatórios. Inicialmente, utilizou-se Flunexin Meglumine durante 5 dias consecutivos. Após isso, iniciou-se a terapia com Meloxicam por 10 dias consecutivos. Os veterinários optaram pela mudança do anti-inflamatório visando reduzir as possíveis reações gastrintestinais causadas pelo uso prolongado do Flunixin Meglumine. Após o término do tratamento estabelecido, o animal foi submetido a outros exames e foi reavaliado mostrando melhora do quadro inflamatório e boa resposta da acuidade visual, além disso, mostrou completa cicatrização da córnea. O animal recebeu alta médica dentro de um período de 30 dias (CUNHA, et al 2019).

Avaliação dos efeitos colaterais de Meloxicam

Estudos clínicos em cavalos mostraram que o Meloxicam tem menos efeitos negativos na permeabilidade da mucosa gástrica do que anti-inflamatórios não preferenciais de COX-2 (D'ARCY-MOSKWA et al, 2012), além de não estar associado à redução na concentração de albumina no sangue que foi visto após 13 dias de administração de Fenilbutazona (NOBLE et al, 2012).

Meloxicam Injetável para cavalos

Para o uso em equinos, a Syntec lançou o medicamento Maxitec Injetável, à base de Meloxicam 3%. Maxitec Injetável é indicado para o tratamento da inflamação aguda, febre e dor associadas às injúrias musculoesqueléticas, teciduais ou viscerais.

Maxitec Injetável é uma opção prática e segura para uso em equinos, e possui tripla ação: anti-inflamatória, analgésica e antipirética.

O rendimento do produto é alto, já que 1 frasco rende até 5 doses para animais de até 500kg. Maxitec Injetável é o único no mercado com aplicação em dose única, sendo comprovadamente eficaz no manejo da dor e da inflamação.

Disponível em apresentação de 50mL.

Referências bibliográficas

CUNHA, M.E.N., SILVA, E.N., ABREU, D.B., DIAS, C.R., AYRES, M.C.C. Uveíte bilateral em um equino: Relato de caso. PUBVET, v.13, n.1, a252, p.1-8, 2019.

D'ARCY-MOSKWA E, NOBLE G,K., WESTON L,A., BOSTON, R., RAIDAL S,L. Effects of meloxicam and phenylbutazone on equine gastric mucosal permeability. J Vet Intern Med., 26(6):1494-9. de GRAUW, J.C., VAN LOON, J.P., VAN DE LEST, C.H., BRUNOTT, A., VAN WEEREN, P.R. In vivo effects of phenylbutazone on inflammation and cartilage-derived biomarkers in equine joints with acute synovitis. The Veterinary Journal, 201, 51-56, 2014.

de GRAUW, J.C., VAN DE LEST, C.H., BRAMA, P.A., RAMBAGS, B.P., VAN WEEREN, P.R. In vivo effects of meloxicam on inflammatory mediators, MMP activity and cartilage biomarkers in equine joints with acute synovitis. Equine Veterinary Journal, 41, 693- 699, 2009.

NOBLE, G., EDWARDS, S., LIEVAART, J., PIPPIA, J., BOSTON, R. AND RAIDAL, S. L. Pharmacokinetics and safety of single and multiple oral doses of meloxicam in adult horses. J Vet Intern Med, 26 (5): 1.192-1.201, 2012.

OLSON, M., NAGEL, D., CUSTEAD, S., WISE, W., PENTTILA, K., BURWASH, L., RALSTON, B., SCHATZ, C., MATHESON-BIRD, H. The Palatability and Comparative Efficacy of Meloxicam Oral Suspension for the Treatment of Chronic Musculoskeletal Disease in Horses. Journal of Equine Veterinary Science, 44, 26-31, 2016. 

POZZOBON, R. Avaliação farmacocinética, hematológica e espermática de pôneis tratados com Meloxicam. Tese de Doutorado em Medicina Veterinária – Área de concentração em Fisiopatologia da Reprodução, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – Santa Maria – RS, 2010.

WALLISER, U., FENNER, A., MOHREN, N., KEEFE, T., DEVRIES, F., RUNDFELDT, C. Evaluation of the efficacy of meloxicam for post-operative management of pain and inflammation in horses after orthopedic surgery in a placebo controlled clinical field trial. BMC Vet Res 15, 11-113, 2015.  [:]

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