12 de Maio, 2020
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Nutrição em equinos - aminoácidos essenciais e Whey Protein
Todo animal necessita de uma alimentação balanceada que atenda as necessidades nutricionais de maneira adequada.
O manejo alimentar de um equino deve atender particularidades comportamentais, raciais, condições ambientais e ter relação com a categoria em que o animal está inserido (trabalho, esporte, companhia, etc.). O desempenho do cavalo está relacionado com a sua genética e com o ambiente em que está inserido. A nutrição é um fator ambiental de extrema importância, pois um cavalo bem nutrido tem a capacidade de desempenhar melhor sua função. A nutrição de qualidade está relacionada com o bem-estar, trazendo benefícios para a sua saúde, fertilidade e longevidade.
O sistema digestório dos equinos
Os equinos apresentam um sistema digestório bem peculiar. São animais herbívoros monogástricos não ruminantes. Seu sistema digestório é adaptado para digerir o material vegetal através da fermentação no cólon, que faz parte do intestino grosso. Os equinos são capazes de digerir grandes quantidades de alimento rico em fibras, se alimentando várias vezes durante o dia. Veja a seguir um pouco sobre cada parte do sistema digestório dos cavalos.
- Boca: O processo digestivo se inicia aqui, pois a mastigação é fundamental para correta digestão dos alimentos. Os lábios dos equinos são extremamente móveis, adaptados para aprender o alimento.
- Esôfago: Segmento que liga a boca ao estômago. O cavalo tem uma particularidade bastante interessante nesse segmento que faz com que não tenha a possibilidade de eructar ou vomitar. Apenas em situações extremamente graves o vômito pode ocorrer.
- Estômago: É um segmento pequeno em relação ao tamanho do animal. Por isso equinos devem fracionar suas refeições em várias vezes ao dia. É no estômago que ocorre boa parte da digestão enzimática.
- Intestino delgado: É principal região de absorção de nutrientes, como carboidratos solúveis, aminoácidos, vitaminas e alguns minerais. A digestão enzimática também ocorre aqui. Os equinos não possuem vesícula biliar, e a bile é lançada diretamente no lúmem do intestino delgado.
- Intestino grosso: Região responsável pela intensa fermentação microbiana, algo semelhante ao rúmen bovino. O ceco e o cólon são responsáveis por essa ação. Nesses locais ocorre a digestão dos carboidratos estruturais dos vegetais - as fibras. O principal produto dessa digestão é a formação de ácidos graxos importantes para o metabolismo. A microbiota também produz aminoácidos, porém ainda não está claro se esses nutrientes são aproveitados nutricionalmente, já que boa parte é excretada nas fezes. Além disso, também possui função de digestão, absorção de substâncias e a habilidade de armazenar e absorver água.
A importância da proteína para os equinos
Depois da água, as proteínas são a substância mais abundante nos seres vivos. Inúmeras reações e funções dependem desses nutrientes. Em especial, dos aminoácidos. A proteína é uma molécula grande formada por uma cadeia de aminoácidos. Diferentemente dos ruminantes, o equino não tem bom aproveitamento das proteínas microbianas formadas pela fermentação do material vegetal. Além disso, animais que se alimentam somente de forragem podem ter um déficit de aminoácidos, pois a proteína nela encontrada tem baixa digestibilidade no intestino delgado, e muitas vezes não possui a quantidade necessária de aminoácidos para o metabolismo do cavalo. Por conta disso, em alguns casos, o equino necessita de suplementação proteica, melhorando o seu estado nutricional.
Quanta proteína um cavalo precisa?
Esta questão está relacionada à individualidade do animal (estado fisiológico e nível de atividade física). Normalmente, cavalos adultos requerem de 7 a 11% de proteína bruta na sua dieta, e muitas vezes acabam conseguindo atingir essa quantidade através de uma boa alimentação. No entanto, cavalos em período de crescimento ou cavalos atletas podem necessitar de mais proteína. A qualidade dessa proteína deve ser avaliada também, levando-se em conta a digestibilidade que o alimento apresenta e o perfil aminoácido das proteínas lá presentes.
Aminoácidos essenciais para os equinos
Os equinos dispõem de 22 aminoácidos, dentre eles, 13 são produzidos pelo próprio organismo e os outros 9, são de origem exógena, seja advindo da dieta, ou através da suplementação.
Dentre os aminoácidos essenciais podemos citar:
- Fenilalanina;
- Isoleucina;
- Leucina;
- Lisina;
- Metionina;
- Treonina;
- Triptofano;
- Histidina;
- Valina.
A importância da Lisina
A Lisina é considerada o principal aminoácido para equinos, responsável pela manutenção do equilíbrio do nitrogênio. É também essencial para o crescimento e manutenção da massa muscular. Por esse motivo, a necessidade da Lisina é muito mais alta que dos outros aminoácidos essenciais. A deficiência de Lisina pode limitar o crescimento do potro, além de poder afetar a qualidade do leite produzido pela égua. Por conta disso, a escolha da fonte suplementar de proteína para cavalos deve levar em consideração os níveis de Lisina.
Se a falha no desenvolvimento de um cavalo se deve a falta proteínas da dieta, o objetivo é aumentar a quantidade, mas principalmente, melhorar a qualidade geral da proteína. Assim, mais aminoácidos essenciais serão fornecidos.
O feno de capim é composto de proteínas de qualidade média ou baixa e não fornece uma grande quantidade de Lisina. Isso é particularmente um problema em cavalos que se alimentam basicamente disso. O solo também influencia na qualidade da forragem. Uma opção seria a suplementação com Lisina, já que esse aminoácido é o de maior importância para os cavalos, no entanto, os aminoácidos precisam estar presentes de maneira equilibrada. Ao dar apenas um aminoácido, corre-se o risco de perturbar esse equilíbrio. Em vez disso, é preferível fornecer uma fonte de proteína de melhor qualidade que forneça uma variedade de aminoácidos.
Suplementação com proteína do soro do leite (Whey Protein)
A proteína do soro do leite é muito utilizada em diversas espécies devido ao seu alto valor biológico e grande concentração de aminoácidos essenciais. Além disso, tem a vantagem de ser rapidamente absorvida, sem impactar na absorção de outros nutrientes da dieta regular do animal. A suplementação pode apresentar uma série de benefícios, facilitando o manejo. Veja as principais indicações do uso
- Cavalos com alimentação reduzida devido à necessidade de perder peso;
- Animais mais velhos que estão lutando manter o escore corporal;
- Cavalos que têm acesso somente a forragem com a baixos níveis de proteína e/ou Lisina;
- Animais que passaram por traumas ou doenças graves e precisam de fornecimento rápido de nutrientes;
- Animais em crescimento;
- Cavalos que fazem trabalho pesado;
- Animais atletas;
- Éguas prenhes ou lactantes.
Whey Protein Syntec – Lançamento 2020
A Syntec está lançando no mercado veterinário um Whey Protein para equinos. WHEY PROTEIN SYNTEC é um suplemento proteico de alto valor biológico, à base de proteína concentrada do soro do leite a mais de 70%.
WHEY PROTEIN SYNTEC oferece um aporte de todos aminoácidos essenciais em altas concentrações, gerando hipertrofia e manutenção da massa muscular de fêmeas gestantes ou lactantes, animais em fase de crescimento ou recuperação e equinos atletas que necessitam otimizar o desempenho físico para treinamentos.
WHEY PROTEIN SYNTEC está disponível em apresentações de 1kg e 4kg.
Referências bibliográficas
DIITRICH J.R., PLANEJAMENTO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA CRIAÇÃO DE POTROS, Revista Acadêmica de Ciência Equina v. 01, n. 1, p.37-58, 2016.
JIMENEZ FILHO D.L. NUTRIÇÃO DO CAVALO DE ENDURO: PARTICULARIDADES, Acta Veterinaria Brasilica, v.6, n.3, p.160-164, 2012.
SANTOS S.A., RECOMENDAÇÕES SOBRE MANEJO NUTRICIONAL PARA EQUINOS CRIADOS EM PASTAGENS NATIVAS NO PANTANAL, Empresa Brasileira de Pesquisa.
Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal Ministério da Agricultura e do Abastecimento, p. 5-63, 1997.
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